segunda-feira, 28 de março de 2016

O mito de os fins justificarem os meios - Parte I




E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas;
E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões
” (Mateus 21:12-13)

E, entrando no templo, começou a expulsar todos os que nele vendiam e compravam,
Dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa é casa de oração; mas vós fizestes dela covil de salteadores
” (Lucas 19:45-46).

Analisando estes textos bíblicos fico a pensar o que diria Jesus (o verdadeiro, não este que é pregado numa cruz de CDs, Livros, Shows, Teatros, o “Gizuis”, ou “Gezuis”) sobre os tempos modernos, principalmente, a respeito desta teoria de barganha e compensação, o famoso “mercado espiritual”, nomenclatura cunhada pelo abençoadíssimo Pastor Neil Barreto.

Jesus, quando se deparou com o comércio no templo não teve uma atitude mansa e tranquila, inócua, olhando para aquela situação horrenda e assentindo, ou melhor, omitindo-se com o cenário.

Ao contrário, o texto sagrado afirma que o Messias EXPULSOU TODOS os que vendiam e compravam, derrubando ainda as mesas dos comerciantes, defendendo a verdadeira utilização da sua casa.

Contextualizando o texto de hoje, fica difícil sustentar a ladainha “evangélhica”, no sentido de sermos proibidos de analisar e examinar os atos dos pregadores e irmãos, porque “Jesus disse isso”.

Estes fundamentam equivocadamente sua argumentação no texto de Mateus 7: 1 a 5, onde Jesus ensina:

Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão”.

O engraçado é que muitos pregadores param a leitura do texto bíblico aqui, pinçando única e exclusivamente os versículos retirando-os do contexto. Mas Jesus continua:

Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem”.

Palavra dura não?

O interessante é que o próprio Jesus, em João 7:24 enuncia: “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça”.

Há contradição entre os textos? Em hipótese alguma. O que Jesus quer dizer tanto em uma passagem quanto a outra é que não podemos julgar pela aparência, mas conforme a reta Justiça.

A Reta Justiça pela qual o nosso Salvador se utiliza nada mais é que a Regra de Conduta e Fé incontestável, ou seja, a Bíblia, a Palavra de Deus.

Mas o que essas palavras têm a ver com o título do artigo?

Estou dizendo isto para que, da próxima vez que disserem que os fins justificam os meios, principalmente quando utilizarem a passagem de Filipenses 1:18, novamente usada fora do contexto (“Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda”), você saiba JULGAR E DISCERNIR IRMÃO, se este versículo pode legitimar condutas anti-bíblicas, sem fundamento na doutrina de Cristo, ou na Palavra de Deus.

Analisando a passagem de Filipenses 1, Paulo, ao escrever aos irmãos de Filipos, inicia as instruções, dizendo CLARAMENTE:

E peço isto: que o vosso amor cresça mais e mais em ciência e em todo o conhecimento,
Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo;
Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho;
De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares;
E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor.
Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa vontade;
Uns, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões.
Mas outros, por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho.
Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda.
Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo,
Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte” (Filipenses 1:9-20, grifei e sublinhei).

Com o contexto é muito mais fácil entender o que Paulo quis dizer aos Filipenses. É simples, na verdade. Fica muito mais fácil quando estudamos a passagem inteira!


Fica fácil notar que Paulo não se coaduna, não concorda com os motivos da pregação do Evangelho. Tanto é verdade que, logo após ele falar daqueles que pregavam por inveja ou rivalidade, para lhe causar inveja e tristezas na prisão e por motivos falsos, Paulo diz que NUNCA FARIA NADA QUE O FIZESSE ENVERGONHAR-SE DE SI MESMO.

O mais incrível é que o próprio Paulo ora pelo povo de Filipos, desejando que eles sempre vissem com toda a clareza a diferença entre o certo e o errado, e que fossem intimamente puros, para que NINGUÉM, absolutamente NINGUÉM pudessem censurá-los desde o tempo presente até a volta do nosso Redentor. Ainda aconselha aos irmãos para que eles sempre façam coisas boas, pois isso resultará em muito louvor e glória ao Senhor (Filipenses 1:10 e 11).

Para terminar, Paulo, quando escreveu aos Efésios, afirmou (Versão Bíblia Viva):

E ele escolheu alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas; outros, ainda, para pastores e mestres. Ele fez isso para que o povo de Deus esteja mais bem aparelhado para fazer uma obra melhor para ele, edificando a Igreja – o corpo de Cristo – e elevando-a a uma condição de vigor e maturidade; até que finalmente todos tenhamos a mesma fé quanto à nossa salvação e quanto ao conhecimento de nosso Salvador, o Filho de Deus, e todos nos tornemos maduros no Senhor. Sim, para que cresçamos a ponto de que Cristo ocupe completamente todo o nosso ser. Então não seremos mais como crianças, sempre mudando a nossa ideia a respeito daquilo que cremos porque alguém nos disse uma coisa diferente, ou habilmente mentiu para nós, e fez que a mentira soasse como verdade. Em vez disso, seguiremos com amor a verdade em todo tempofalando com verdade, tratando com verdade, vivendo em verdade – e assim nos tornaremos cada vez mais, e de todas as maneiras, semelhantes a Cristo, que é o Cabeça do seu corpo, a igreja. Sob a direção Dele todo o corpo se ajusta perfeitamente, e cada um dos membros em sua maneira particular auxilia os outros membros, de tal modo que todo o corpo seja saudável e cresça em amor. Então, eu lhes digo isto, falando pelo Senhor: não vivam mais como os incrédulos, pois eles estão cegos e confundidos. Seus corações fechados estão cheios de trevas; eles estão muito distantes da vida de Deus porque fecharam seus corações e não podem compreender seus caminhos. Não se preocupam mais com o que está certo ou errado e se entregaram às práticas impuras. Nada os detêm e são guiados pelas suas mentes malvadas e sua imoralidade desenfreada. Esse, porém, não é o caminho que Cristo ensinou a vocês. Se realmente vocês ouviram sua voz e aprenderam de Jesus as verdades relacionadas a Ele, então desfaçam-se dessa velha maneira de viver – a velha natureza que era parceira nos seus maus caminhos – completamente corrompida, cheia de imoralidade e engano. Agora as suas atitudes e os seus pensamentos devem ser constantemente renovados. Sim, vocês devem revestir-se do novo ser, criado por Deus, que é parecido com a sua natureza, santa e justa, proveniente da verdade. Deixem de mentir uns aos outros; falem a verdade, pois somos membros do mesmo corpo. Quando estiverem irados, não pequem alimentando seu próprio rancor. Não deixem que o sol se ponha antes de resolverem suas diferenças; não dêem oportunidade para o diabo. Se alguém anda roubando deve parar com isso e começar a utilizar suas mãos para trabalhar honestamente, a fim de poder repartir com aqueles que estão necessitados. Evitem a boca suja. Digam só o que é bom e útil àqueles com quem vocês estiverem falando, e o que resulta em benção para eles. Não façam o Espírito Santo entristecer-se pelo modo de vocês viverem. Lembrem-se que é Ele quem garante que vocês estarão presentes no dia da redenção. Abandonem toda a amargura, todo o ódio e toda a raiva. Evitem toda a gritaria, insultos e maldades. Em vez disso, sejam bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou por pertencerem a Cristo” (Efésios 4:11 a 31, grifei e sublinhei).

Vou encerrando por aqui, pois tenho muito mais a tratar na Parte II, deste artigo.

Que Deus abençoe vocês mui grandemente !!

No amor de Cristo,

Jerry Lima.

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